A pandemia impôs uma série de situações novas para a indústria têxtil, que se mostra forte e pujante, capaz de atender os desafios de inovação e tecnologia, afirmou Fernando Pimentel, presidente da Abit, ao participar de encontro virtual do Comitê da Cadeia Produtiva da Indústria Têxtil, Confecção e Vestuário (Comtextil) da Fiesp, no dia 28 de abril, para tratar do panorama econômico e perspectivas do setor têxtil e de confecção.

“Apesar de a indústria de transformação representar 11,3% do PIB, nós carregamos 22,8% da arrecadação previdenciária patronal, quase 25% dos tributos federais, 65,4% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento e 48,7% das exportações brasileiras de bens e serviços”, elucidou Pimentel, frisando o encolhimento de representação do setor no Produto Interno Bruto. “Quem paga mais impostos no país é a indústria em função do IPI e do Custo Brasil. Sem indústria, o Brasil não vai crescer o que o país precisa, 4% ao ano” enfatizou.

A questão salarial sobressai nessa discussão: a indústria de transformação paga os melhores salários e tem 14,4% de participação no emprego formal.

Outro aspecto abordado pelo expositor diz respeito ao poder de gerar crescimento: a cada R$1,00 produzido na indústria da transformação são gerados R$ 2,67 na economia brasileira, enquanto a agropecuária gera R$ 1,75 e comércio e serviços, R$ 1,49.

E citou ainda entre os principais problemas enfrentados pela indústria no 1º trimestre de 2021, falta ou alto custo de matéria-prima, elevada carga tributária, taxa de câmbio, demanda interna insuficiente, falta de capital de giro, falta ou alto custo da energia, dificuldades na logística de transporte, inadimplência do cliente, burocracia excessiva, falta ou alto custo de trabalhador qualificado, competição desleal, taxa de juros elevada, insegurança jurídica, pela ordem, segundo dados levantados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Outros indicadores apresentados por Fernando Pimentel se referem aos resultados quanto à performance da produção têxtil, 13,1% de janeiro-fevereiro de 2021, comparado ao mesmo período do ano passado (-5,1% em 12 meses).

Estimativas do mercado de manufaturas têxteis  

De janeiro a dezembro de 2021, espera-se a produção de 2 milhões de toneladas (+8,3% sobre o ano anterior, em volumes); R$ 58,1 bilhões em receita líquida (+10,4% em valores nominais), 2,5 milhões de toneladas no consumo interno (+8,9% em volumes), US$ 1,9 bilhão em importação (+10,8% em volumes), US$ 538 milhões em exportações (+6,8% em volumes), R$ 205 bilhões em receita do varejo de vestuário (+13,1% em volumes).

Com informações da Agência Indusnet Fiesp